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Mocidade da Lomba do Pinheiro divulga enredo

  • Carnaval Sul
  • 28 de out. de 2019
  • 4 min de leitura


SOU INDEPENDENTE, SOU MOCIDADE! CONTRA AS INTOLERÂNCIAS, LIVRE CLAMO LIBERDADE.


Justificativa:

O que é ser diferente quando ninguém é igual? O que um indivíduo na sociedade deve ser ou não ser?

A Mocidade Independente da Lomba do Pinheiro traz para a avenida, um manifesto contra as intolerâncias da humanidade, clamando liberdade de viver de cada individuo, para o que quiser ser na sociedade.

Enfrentar os males dos seres humanos e transformar esse momento mágico em que todos compartilhem respeito, amor, educação e alertarmos o quão importante aceitarmos uns aos outros por um mundo melhor e mais livre.

Desenvolvimento:

Pisamos forte nesse chão e em gestos e manifestação, sentimos uma força ancestral vibrar, são os guerreiros ancestrais, clamando pela humanidade, liberdade de viver.

Todos têm suas crenças, sua fé em diferentes formas. Esú é o senhor da comunicação, dos caminhos, por sua liberdade característica de ser e ligação com a sexualidade, foi associado como demônio, por falsos “religiosos do bem”.

A intolerância religiosa, praticada pelos “donos da fé”, segue depredando e incendiando terreiras, violentando Yalorixás e Babalorixás. Nesta manifestação Esú leva aos homens o oráculo de ifá, que nos destina neste clamor de paz, amor e justiça, exigir liberdade religiosa, respeito a nossa religião e ao povo de axé.

A intolerância religiosa também ocorre na perseguição dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e de seus Pajés que durante séculos equilibraram a vida na Terra.

Os Índios em nosso território brasileiro, já eram milenares, é a raiz da nossa identidade brasileira e são fundamentais na nossa construção histórica, social e cultural.

Os Invasores dominaram as nações indígenas tirando lhes seus costumes, sua cultura e características do seu ser, por um processo colonialista e eurocêntrico.

Assim como Cunhambebe que lutou bravamente combatendo os invasores e defendendo o seu povo que perdia sua liberdade, ainda hoje, os índios lutam e protegem suas heranças contra um des(governo) que aplica discursos de ódio a líderes indígenas.

Motirõ! Que essa mensagem de fé e perseverança desse povo gigante por natureza que jamais irá se curvar, solidarize os corações daqueles que julgam os índios e seus descendentes pelo seu modo de ser.

O processo de colonialismo que determinou um senso de mudez e medo agiu através da intolerância e racismo, a falsa liberdade que foi a Lei Aúrea, determinou um fim a escravização, sem direito a recomeço aos negros, sem dar acesso a vida digna as pessoas, que mesmo após quatro séculos de escravidão, ainda hoje, sofrem as sequelas e continuam sendo excluídos, marginalizados e silenciados.

Seja homem, mulher, LGBT, negros, Resistem e lutam só ao existir. Personalidades que representaram e lutaram pela negritude, são reverenciados nesse chão.

Nossa história não é somente de senzala, escravidão, violência nas periferias, é também, uma história de quilombo, capoeira, orixás, riqueza, cultura e sabedoria da favela, de tambor, candomblé, funk e samba, de um povo preto livre, intelectual e transgressor social.

Poder para o povo preto! É ser potência, transformar, valorizar a própria história, protagonizar e revolucionar o mundo em que a pele preta é força e poder.

Vertente que atrela a luta antirracista ao combate às opressões de gênero ganhou força no Brasil Como o feminismo negro. Mulheres pretas são as maiores vítimas de feminicídios, abusos sexuais e padrões de beleza.

A obesidade é discriminada principalmente ao corpo feminino e taxado pela mídia e pela sociedade por não ter o “corpo ideal”.

Nosso movimento antigordofóbico vai romper os padrões corporais estabelecidos. Ame teu corpo desobediente, pois todos os corpos têm suas belezas.

O feminismo como movimento social e político busca equidade de gênero, baseado na libertação da subordinação no fim do gênero-normatividades. Nesta marcha reivindicamos ocupar lugares, papéis e direitos sociais que por muito tempo a elas foram negados.

Exaltamos as vozes femininas, mulheres que bravamente lutaram por justiça, espaços e por respeito. Deus é mulher, rogai pelos nossos filhos e por todas as mulheres brasileiras, senhoras do destino, do ventre do mundo.

A LGBTfobia no Brasil resulta um descaso social em relação às violências que afetam os sujeitos LGBTs que no Brasil está em 1º lugar no ranking mundial em assassinato. LGBTQ’s continuam sendo brutalmente violentados e marginalizados nas ruas, julgados por estereótipos, pela sociedade opressora.

O maior ato político da história segue sendo, a parada gay desde o final dos anos 1960 até hoje.

Vejo as cores do arco-íris, a força e a bravura de uma população em revolta, em prol dos direitos essenciais de qualquer sociedade justa, queremos amar sem fronteira, o direito de ser quem quiserem ser, independente das cores que vestem, se é azul ou rosa.

Em tempos de intolerância cultural, discurso de ódio em redes sociais, como o cyberbullying e censura só a informação salva.

A cultura popular, na sociedade é marginalizada, o samba, tornou-se símbolo da cultura popular do Brasil, Patrimônio brasileiro que fortalece o povo.

Nosso carnaval, maior difusor cultural, resgata memória, traz consciência política, espaço de fala e nos permite ser o que quiser ser.

O samba, como voz dos pobres, dos excluídos, dos iletrados, dos negros, que para alguns “é coisa de bandido”, trás reflexão e bons pensamentos para a democracia deste país e quem não gosta bom sujeito não é.

Neste momento, celebramos a paz, a alegria e exaltamos nosso carnaval, nossa cultura, que se torna gesto, faz refletir e emocionar. Compreender nossa história, nossos valores, para que possamos se conhecer, reconhecer e resistir no que temos de melhor.

Somos um País Laico, pluricultural e democrático com uma imensa diversidade étnica. Que prevaleça os direitos iguais como diz nossa constituição.

Nosso Brasil, assim como no mundo, seria bem melhor se não houvesse tais intolerâncias e ódio, que todos possam viver em harmonia com a natureza e com seus semelhantes, que as fronteiras fossem apenas uma forma de organização política, em um ambiente em que as crianças brinquem, divirtam-se e cresçam aprendendo a respeitar e amar o próximo.

Mocidade; Independente, valorosa e irreverente. A Lomba do Pinheiro representa hoje as vozes dessa pluralidade livre do ser, para dizer aqueles que quiserem ouvir, o mundo que queremos, sem violências, preconceitos e discriminações, onde todos possam viver em paz, e que suas escolhas não sejam balizadoras para serem aceitas por alguém.

Tema: Comissão de Carnaval Pesquisa e Texto: Vagner Moraes

 
 
 

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